A cada dois anos os países membros da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) se reúnem para discutir as questões que concernem a regulação global sobre a biodiversidade. Estes encontros são chamados de Conferência das Partes ou, simplesmente, COP (Conference of Parties). A 15ª COP da Biodiversidade (COP 15) estava originalmente agendada para outubro de 2020 em Kunming (China), entretanto foi adiada para o segundo semestre deste ano devido à pandemia de COVID-19. Cada país se organiza internamente para consolidar suas posições acerca da agenda de discussões da conferência. Neste processo a sociedade civil também coloca na mesa seus posicionamentos. Na esteira desta discussão, a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) organiza o webinar “O que esperar da COP15 da Biodiversidade?”, que ocorrerá dia 22 de fevereiro, de 15h-17h, e será transmitido pelo Youtube e Facebook da BPBES. O webinar também celebra os quatro anos da Plataforma, que tem como missão gerar conhecimento qualificado para a tomada de decisão.
A agenda da COP 15 traz definições importantes para os próximos 30 anos. Depois do tímido sucesso das Metas de Aichi, compactuadas em 2010, é tempo dos países repensarem suas próximas metas para 2030 e 2050. Embora o horizonte de planejamento seja mais estendido, o desafio de conciliar desenvolvimento e conservação dos recursos naturais é cada vez mais urgente. “Há um esforço de convergência das agendas de biodiversidade e clima, todavia o Brasil tem se posicionado contrário a esta fusão de temas”, explica Carlos Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas e coordenador geral da BPBES. “Temos novos elementos em jogo. Com a eleição de Biden, os EUA vão dar maior protagonismo para a agenda ambiental. Embora o país não seja signatário da CBD, isso vai gerar pressão internacional. O Brasil, em particular, está com sua reputação em jogo. Se não colaborar com as pautas ambientais isto pode representar prejuízo comercial para o país”, explica Rafael Loyola, da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e coordenação executiva da BPBES. O debate sobre como incorporar bases de conhecimento científico na tomada de decisão permanece pano de fundo destes fóruns.
O webinar “O que esperar da COP15 da Biodiversidade?” contará com a participação de Ana María Hernández Salgar, presidente da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). Ela falará sobre a importância das mensagens da IPBES na tomada decisão. Sua palestra será em espanhol. A IPBES é um órgão intergovernamental criado para facilitar a interface entre ciência e política nas questões sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Rafael Loyola tratará do tema do engajamento do Brasil nas negociações da COP-15. O anfitrião será Carlos Joly que apresentará o contexto no qual se encontra o Brasil no cenário da política internacional de biodiversidade.
O webinar é organizado pela BPBES, com o apoio do Programa Biota/Fapesp, FBDS e da Coalizão Ciência e Sociedade. Este webinar inaugura um ciclo de seminários regionais, a ser organizado em parceria com a Coalizão Ciência e Sociedade, para chamar a atenção sobre o mais importante evento global sobre biodiversidade e promover uma discussão dos principais temas em jogo, visando contribuir para a posição brasileira.
Webinar: O que esperar da COP15 da Biodiversidade?
Dia: 22 de fevereiro de 2021
Hora: 15h – 17h, no canal do Youtube da BPBES e no Facebook da BPBES
Evento aberto ao público, não é necessária a inscrição prévia.
Programação
15:00 – Abertura e contextualização e lançamento do Programa Piloto BPBES Jovem, por Carlos A. Joly (Coordenador Geral da BPBES)
15:30 – “La importancia de los mensajes del IPBES para el proceso de toma de decisiones del marco de la biodiversidad mundial”, por Ana María Hernández Salgar (Presidente da IPBES)
16:00 – Perguntas e Respostas
16:15 – “O engajamento do Brasil nas negociações da COP15 da Biodiversidade”, por Rafael Loyola (FBDS & BPBES)
16:45 – Perguntas e Respostas
17:00 – Encerramento